quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Metades de mim mesma

Não sou visconde ou viscondessa, mas me vejo partida ao meio. Sou metade que enfrenta e metade que chora. Metade que quer continuar, metade que termina. Metade que sonha, metade que finca os pés no chão. Metade que viaja, metade que se esconde. Metade que se abre, metade que se guarda. Metade saudável, metade virulenta. Metade silenciosa, metade algazarra. Metade que acaricia, metade que briga. Metades que no fim não se encontram. Metades que sempre estiveram juntas.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Delírios de férias

Não sei com que língua fala. Num dia, me fala em português. Noutro, me fala em russo. Na verdade, às vezes, não sei me traduzir. Um querer e um conseguir que andam descompassados. Ás vezes, não sei o que palavras e atitudes sugerem simultaneamente. Palavras já me afundaram. Atitudes já me elevaram. As duas juntas sempre me faltaram. Vivo hoje, mas não sei viver pela metade. A gula é meu pecado capital. Quero tudo, de uma vez, inteiro. Canso de esperar, não sei esperar. Mais uma vez, adio. Postergo pela tranquilidade de achar que fui paciente. Anseio pelo dia que estarei em terra distante, longe do que hoje me é também distante. E minha impaciência há de gritar novamente...