segunda-feira, 4 de março de 2013

Meu mundo

Avistei um lugar ao longe. A ideia era me transportar, mas não era possível.  O peso por dentro era tão grande que se refletia em peso externo. Me senti obesa. Os pés se arrastavam. Os braços pendiam. A cabeça e os olhos teimavam em olhar para baixo. Estes não suportavam encarar o mundo. Não era vergonha de mim. Era vergonha do próprio mundo. Não porque eu fosse melhor que o mundo, mas porque a descoberta de um mundo pior do que penso fez-me perder forças. Um mundo que era o meu e se descobriu pior do que o mundo alheio. Ou porque aceitava que o alheio pudesse ser pior que o meu. Ou apenas me iludia. Doces e amargas ilusões. Então, fechei-me num mundo só meu que, de tão imensa, fui meu próprio mundo. Preciso aumentar a mim mesma e encolher o meu mundo para me recobrar.