terça-feira, 2 de junho de 2009

É o que me interessa

Desconhecia há algum tempo, os benefícios da liberdade. Vantagens que há em tudo, é verdade. Mas, quando ser quer sempre voltar para a cama e não ser um corpo sozinho, esquece-se de algumas maravilhas. As delícias de fazer o que se quer, na hora que desejar, com a companhia que escolher. Redescobrir coisas grandes em coisas pequenas. Um paradoxo que é a própria quem escreve. E estes momentos têm sido recorrentes... Tão constantes que falta tempo e ideias para escrever. Sinto saudades das linhas que me vinham à mente e eram digitadas no teclado... Ao mesmo tempo, é tanto encanto para pouco tempo e, se houvesse tempo, precisaria de dias duplicados para transpor os assombros positivos. Não perder mais tempo com coisas indesejáveis, com desejos incoerentes, com seres rastejantes... Sentir saudades também é outra característica desta que escreve, saudades de um arroubo de abraço, saudades de um beijo que se prometeu... As saudades não mais doem, são lembranças que ficam do que um dia foi. E novas lembranças serão sempre bem-vindas, assim como os bons momentos e as simples descobertas que hoje abrem janelas e abrirão tantas mais... E, para musicar as benesses de hoje e adiantar as que se aproximam:

“Daqui desse momento/ Do meu olhar pra fora/ O mundo é só miragem/ A sombra do futuro/ A sobra do passado/ Assombram a paisagem/ Quem vai virar o jogo e transformar a perda/ Em nossa recompensa/ Quando eu olhar pro lado/ Eu quero estar cercado só de quem me interessa

Às vezes é um instante/ A tarde faz silêncio/ O vento sopra a meu favor/ Às vezes eu pressinto e é como uma saudade/ De um tempo que ainda não passou/ Me traz o teu sossego/ Atrasa o meu relógio/ Acalma a minha pressa/ Me dá sua palavra/ Sussurre em meu ouvido/ Só o que me interessa

A lógica do vento/ O caos do pensamento/ A paz na solidão/ A órbita do tempo/ A pausa do retrato/ A voz da intuição/ A curva do universo/ A fórmula do acaso/ O alcance da promessa/ O salto do desejo/ O agora e o infinito/ Só o que me interessa”
(É o que me interessa: Lenine/Dudu Falcão)

Um comentário:

Jasão disse...

Ah! Coisa boa texto novo seu!

Mas é isso mesmo, AR: às vezes não escrever nada é bom, às vezes precisamos de um tempo pra... viver lá fora!

A escrita vem naturalmente...

Esse seu post me pareceu um tanto quanto um desabafo: e viva a liberdade e a solidão... de sermos quem somos!

beijo, AR!