quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Mau tempo

Segregaram-me. Encarceraram-me. Vivo na cela de meus pensamentos. Estes me ferem gravemente. Vejo o mundo lá fora. Não pareço mais pertencer-lhe. As horas que antes voavam, agora passam como a me torturar. Os pesadelos não habitam mais apenas as noites. Acordar é como entrar num sonho ruim repetitivo. Os dias agora são todos tão iguais. Nem uma boa notícia. Vivo uma reportagem mal escrita que ninguém editou. Ouço um violão distante. Ele não me leva pra fora, traz-me mais para dentro. A trilha sonora da velocidade de minhas lágrimas. Meus pés não ultrapassam a porta. Não há motivo. Não sinto calor. Sinto frio pela desnecessidade de locomoção. Olho o espelho. Não me reconheço. Ou jamais me conheci. Meus sonhos foram inundados, meus planos, fuzilados. Resta a esperança de a página virar...

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