terça-feira, 23 de setembro de 2014

Dilema de consciência

Sonho demasiadamente. É como se, ao me tocar, a realidade me ferisse. Um dilema de consciência me transporta para dentro. E, lá dentro, algo se abre. Um buraco reflete meu dilema de consciência. Um buraco que dói e traz lágrimas. É um mundo em desconstrução. É como se o mundo que eu habito desmoronasse e só eu visse e sentisse. É como se todos vissem esse mundo desabando, mas bem distante. Apenas eu o sentia internamente. É como se, mesmo sem fazer parte do buraco que se abriu, eu contribuísse por não fazer nada. E aquele buraco grita dentro de mim. Tento calá-lo. Mas ele berra. Apenas meus olhos respondem. Prédios caem. Palavras se desmancham. Valores evaporam. E preciso seguir com meu buraco gritando e meus princípios firmes, apesar do abalo que o buraco causou. Preciso porque o mundo não é a minha cidade invisível. E dói esses dois mundos serem tão distantes. Dói ver que um mundo possa ser tão díspar do outro. Seco meus olhos. Calo meu buraco. E me enclausuro em meu mundo.

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