terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Adeus, Miuzinho!

Dez meses depois, perdemos mais um da família. Miu foi-se na última sexta-feira. O segundo gatinho que minha irmã trouxe para casa. Chegou tão pequenininho que não conseguia se equilibrar direito, caía ao tentar se coçar. Chegou doentinho e precisando de cuidados de todos.

Com minha irmã com alergia, eu levava-o ao pé da minha cama e o colocava em uma bacia com cobertor e um relógio para que não se sentisse tão só. Mas logo miava e eu o subia para a cama e ele se aninhava embaixo do meu pescoço. Não conseguia dormir, mas tampouco tinha coragem de tirá-lo dali.

Eram banhos frequentes na pia do banheiro para que tratássemos de suas micoses. Logo, foi ficando esperto, brincalhão, saudável. Durante 14 anos, nunca nos cansamos de admirar e sorrir quando ele e Tom brincavam e dormiam juntos.

Com a chegada de Mimiu, Tomzinho “envelheceu”. Dizíamos isso porque ele não pulava mais na cama, não mordia mais os nossos pés embaixo das cobertas. Ele havia se tornado o tio, o paizão da recém-chegada criança.

Miu logo escolheu meu pai. Era incrível a paixão de um pelo outro. E meu pai o mimava. No fim do dia, tinha o costume de lhe dar “meleca” – o apelido a que demos à ração molhada. E ai se não ganhasse. Quando chegava perto do horário, sentava-se na porta da cozinha, miava, dava cambalhotas, fazia de tudo para chamar a nossa atenção.

Mica não dava sossego. Não gostava de beber água no pratinho. Miava para que abríssemos a torneira do banheiro, do tanque, para tomar água corrente. E isso ocorria, inclusive, nas madrugadas. Íamos cansados, mas cheios de amor para com aquele serzinho branco-amarelo.

Recordo-me das inúmeras vezes quando estávamos diante da televisão na sala para assistir ao jornal ou às novelas. Ele subia e postava-se em cima dela. Ainda era daquelas de tubo de imagem. Isso tudo para chamar mais a atenção do que a televisão.

Como não amar aquele bichinho… Era tão querido, mas não podíamos tocar em suas patas ou seu rabo. E nem pegarmos no colo quando não era o seu desejo. Sua brabeza era instantânea. Achávamos graça. Mas quando queria colo, era o maior carinho, chegava a babar de tanto prazer com os cafunés.

Ele adorava fazer “caverninha” – procurar espaço embaixo dos cobertores, fosse para dormir ou para se esconder das visitas. Ele odiava tomar banho, virava literalmente um leão. Ele amava dormir com papai, entre as pernas, acompanhá-lo ao banheiro. Se papai saísse de casa, nem que fosse à garagem, era uma miação sem fim, um verdadeiro escândalo.

Tantas histórias que me torno incapaz de relatá-las todas. Nosso segundo gatinho vinha adoecendo, ficando cada vez mais frágil e fraco. Colocamos nosso egoísmo de lado e decidimos por ele se juntar ao nosso também amado lord Tom. Os meninos da casa partiram, mas deixam nossos corações repletos de tanto amor, tantas memórias lindas e tantos momentos inesquecíveis.

Obrigada, Miuzoca, por tudo de bom e lindo que nos proporcionou! Você, assim como Tomtom, sempre serão parte de nossas melhores recordações!


Nenhum comentário: