quinta-feira, 20 de abril de 2017

Fala-se que ninguém está sozinho… Mas é só nos entremeios é que há algumas gentes… Não se é autossuficiente, mas tampouco se está sempre de mãos entrelaçadas. Nas questões mais fundas, há solitude. Nos momentos mais difíceis, são raros os ouvidos. No mais das vezes, são sempre tão poucos ou quase nenhuns. Há rara gratidão, há rara companhia, há rara partilha. Não há olhos para olhos que babam. Não há palavra para aquele que silencia. Não há colo para quem não é visto. No fechar de olhos, está se sempre só. Há subterfúgios para se pensar que não se está só. Mas é se sempre só. São mais vazios, zeros, buracos, engodos do que verdades, planícies, uns e plenitudes. Mas aprende-se a se ser só, aprende-se a sentir-se menos só, reconhece-se os que nos fazem menos sós e agradece-se a companhia rara de momentos sós.

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