quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Uma saudade...

Descubro uma saudade. Descubro que sinto falta daquela ansiedade. Aquela ansiedade do reencontro. Sinto falta daquela empolgação, de querer estar perto, de sentir-se perto e longe, de sentir-se perto mesmo distante. Sinto falta do arroubo, daquele abraço que não quer se desabraçar, daqueles beijos que se encontram. Sinto falta de sorrir gratuitamente ao acordar. Sinto falta de sorrir gratuitamente ao dormir. Sinto falta de sorrir gratuitamente em qualquer momento. Sinto falta de me surpreender com um olhar, um sorriso. Sinto falta de me surpreender com palavras e quereres. Sinto falta de encontrar e não querer se desencontrar. Sinto falta de descobrir um mundo. Sinto falta de descobrir-me. Sinto falta de abrir-me a um mundo. Sinto saudades de me jogar, de mergulhar e flutuar. Sinto saudades de sentir-me viva. Sinto saudades de sentir-me parte. Saudades de um tempo que passa devagar e rápido. Saudades de pensar e lembrar. Saudades de uma saudade que aperta, que não se mata e é a todo instante. Uma saudade da saudade que se canta, que assovia, que se lê, que se diz, que grita. Uma saudade que me é primeira e que se vê saudade triste por sentir-se saudade. Uma saudade sem prazo.

Um comentário:

Ale2a disse...

Identifico. Fica bem. Sem prazo.