quarta-feira, 18 de junho de 2014

Por que tenho tantos amigos gays?

Ouvi umas poucas vezes essas perguntas. E parei para pensar que, real e ultimamente, meu círculo de amigos gays cresce a cada dia. São pessoas que eu amo naturalmente porque me fazem bem, cuidam de quem gostam, sabem se divertir, me procuram porque gostam de mim e se sentem à vontade comigo. Já ouvi afirmação semelhante: “você sai com casais gays, mas não sai com casais heteros”. Os heteros quando encontram seu par, normalmente, ficam mais entocados em suas casas ou fazem mais programas com outros casais heteros. São poucos com quem eu, solteira, consigo sair. Convido uma, duas, três, quatro, cinco vezes e nada. Se eu estivesse emparelhada, será que topariam? Com os gays, isso não existe. Tenho inúmeras histórias de amizade e divertidíssimas com os casais homossexuais. São gentis simplesmente pela amizade. Um hetero, se e quando é gentil, normalmente, é porque tem outro interesse. Também já ouvi comentário do tipo “cuidado. Você anda tanto com gay que vão achar que você também é”. Ah... Esse é o tipo de comentário que já me irritou e hoje nem me dou ao trabalho de dizer mais nada. Não tenho que dar satisfação da minha vida ou dar prova de quem eu sou para ninguém além de meus pais e, de acordo com a circunstância, da minha chefe. “Diga-me com quem andas e eu te direi quem és”. Sim, ando com pessoas maravilhosas, trabalhadoras, inteligentes, amáveis. Já disseram que eu deveria ser musa de parada gay e que defendo mais os gays que eles próprios. Sorri imediatamente. E eu sonho com o dia em que eu não ouça mais essas perguntas e esses comentários. Sonho com um mundo melhor, em que todos tenham os mesmos direitos a ser feliz. Já fui a casamento gay. Já dormi em casa de amigos gays. Já viajei com amigos gays. E isso deveria ser a coisa mais natural do mundo. Por que? Porque são pessoas. Que pena quem não tem amigos gays para dançar, rir, chorar, desabafar, fazer um churrasco, gritar num jogo do Brasil, ir ao casamento mais divertido da vida, combinar uma viagem, ouvir broncas e elogios verdadeiros, morrer de trocar abraços e amanhecer com uma taça de espumante. Eu amo os meus e sou mais feliz por tê-los em minha vida!

Um comentário:

fgsn disse...

Há uma certeza premente em cada momento da vida dos seres humanos:não meça ninguém apenas pelo que os nossos olhos miúdos podem enxergar. Tua atitude é regada dessas palavras. Nada de aparência. O ser humano não deve se submeter aos grilhões de qualquer preconceito. Laisser tomber les masques. Parabéns. Achei o blog por acaso e felicito-lhe pelo escrito e pela atitude. Francisco. Recife - PE.