segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Síndrome do saco-cheio

Imagino dentro de mim um saco. Desde quando? Desde sempre. Pode ser um saco de um plástico bem fino ou de um material espesso, pode ser pequenino como um saquinho onde ficam os talheres de restaurantes ou grande como aqueles sacos de lixo, pode ser elástico ou não suportar o menor aumento de peso. Esse é um saco que carrego dentro de mim e que a cada momento possui características próprias.

Especialmente neste momento, que dura umas três semanas, o saco parece romper inicialmente ao barulho de um aparelhinho que deixo ao lado da cama e que me desperta para mais um dia como todos os dias. Durante o dia, ele esvazia como na respiração que se faz debaixo d’água nas aulas de natação e incha como aqueles balões que as crianças enchem até estourar.

São as minhas formas que se arredondam e transformam-me numa grande almofada de 1m68 (ou 1m67 como eu descobri há duas semanas); é a previsibilidade do dia-a-dia acompanhada de sua rotina inseparável; é o trabalho mecânico realizado por sete horas em frente ao computador; são privilégios a poucos e deveres a muitos; é um sonho que estava ao lado e se distanciou 209 km; é uma viagem que se planeja, mas que não se adapta ao período disponível. Não se engane, essa não é a famosa TPM.

Sou alucinada em descobrir a cura para o saco-cheio. Encontrei subterfúgios para evitar que o saco se alimentasse, mas descuidei um segundo e as armadilhas não mais funcionam. É o famoso tempo que me faz recolocar uma válvula para impedir o efeito sanfona. Mas, às vezes, os remedinhos, falsificados ou genéricos ou vencidos, teimam em não colaborar.

Indisposição para qualquer coisa é seu sintoma mais grave e o principal indicador de ser portador da síndrome. No entanto, não se assuste, ela é temporária. E não se aperreie, pois ela pode durar algumas horas ou vários dias. A abstração é a grande fórmula para combater o saco-cheio, mas, a depender da quantidade de ingredientes que entram no saco, ela se torna incapaz de algum resultado.

Então, é esperar, esperar, esperar, e até o esperar enche o saco, mas persevere, espere, espere, espere e, de repente, não mais que de repente, o saco volta ao seu equilíbrio. Mas fique atento para prolongar o maravilhoso estágio de não estar com o saco cheio e sonhar com o dia que ele jamais se encha novamente.

Ana Rita adverte: saco-cheio faz mal à saúde. Se os sintomas persistirem, tenha paciência!

3 comentários:

Anônimo disse...

De saco cheio ou vazio eu adoro essa minha menina, que tem o sorriso mais lindo a boca mais gostosa e o abraço mais quente.

A viagem tá programada, é só pagar. O trabalho é só trocar, e se achar gorda? Só voce e essa tal calça jeans acham isso. Pra mim ta bom demais dá conta.

um beijo nessa boca só minha.
Fe

Johnny na Babilônia disse...

Quer um conselho?

Por que não jogar tudo pro ar, mudar de vida, viajar, largar tudo, colocar uma mochila nas costas, viajar um pouquinho pelo Brasil, pelo mundo. Sem celular, sem nada.

Vira e mexe eu faço isso. Veja minhas fotos em www.coco.bambu.fotoblog.uol.com.br www.coco.bambu.nafoto.net e www.picasaweb.google.com/jpsabino

Atenção: SAIA DA ZONA DE CONFORTO! HAHAHAHAH

Beijossss

Ana Rita Gondim disse...

Isto foi somente uma catarse transcrita numa tentativa de um texto "dramático-hilário". rs Uma reles tentativa.