quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Caraminholas

Depois de quatro dias na presença da companhia que me disse uma vez "eu escolhi você pra mim", adoeço. A volta à realidade desta vez se transformou em fraqueza no corpo, sensação incômoda ao mexer nos fios do cabelo, dor na garganta. Havia estado bem e disposta por todos os dias até acordar na minha cama, sem ele ao lado para pular em cima para desejar bom dia, além de um dia inteiro de trabalho pela frente.

Raramente isso me ocorre, quer dizer, raramente fico doente e, se fico, no dia seguinte volto ao meu estado normal. Desta vez, pelo segundo dia, sinto os pêlos arrepiados o tempo inteiro, pernas que se negam a andar e uma cabeça que pesa uma tonelada. Fico a pensar se permanecerei assim até tornar a encontrá-lo… Então abro um sorriso como se ouvisse ele a me dizer: "pára de ficar ‘caraminholando’ sua cabeça".

Mas o sol arregalado em despedida parece levar embora também o meu mal-estar. Talvez tenha sido proposital, uns instantes concedidos para trazer calmaria, descanso, sono; coisas que normalmente não tenho. Mas as caraminholas me disseram que a saudade dói...

“Saudade, meu filho, é dormir com dois travesseiros para o corpo não doer pelo excesso da cama.” (Fabrício Carpinejar)

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