terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Descoberta leninística

Diante de tanta beleza ouvida, lida, trocada, perdi a inspiração. Talvez porque precise ler, ouvir e trocar mais; talvez porque dezembro me consumiu em confraternizações, presentes e trabalho; talvez porque não tenha dedicado tempo a refletir na escrita a cabeça que não pára (aqui não respeitarei a famigerada reforma ortográfica e quiçá me rebele, em meu blog, friso).

No entanto, especialmente hoje, quero falar de uma descoberta que me segurou no carro. Enquanto organizava os CDs da estrada do mês passado, de repente ouço a voz inconfundível do meu músico preferido. Lenine cantando um samba. Obviamente, me detive com os discos na mão e escutei-a até o fim, atenta para a voz, a melodia, o ritmo.

Encantada, subo com o passo acelerado cantando “estrada de quatro sentidos...” para descobrir logo esse novo trabalho. Indignada com o desconhecimento, sento à frente do computador. Rapidamente descubro a música, me deleito com a letra e busco uma forma de ouvi-la novamente. Que maravilha a internet! A agonia de ver 1%, 29%, 50%...

Antes de ouvir o cd, tenho convicção de mais um trabalho de excelência desse galego de rosto largo e corpo delgado que tanto admiro e acompanho.

“Só tenho flores pra jogar... Lenine!”:*

4 horizontes
(Música: Lenine / Letra: Pedro Luís )

É que no fim da estrada
Eu vejo quatro horizontes
Há mar
Há montes de histórias
Mistérios
Sedes distintas

Aquilo que te sacia
Pra mim é um três por quatro
O que retrata meu medo

Pra você não tem segredo
O que pra ti é degredo
Pro outro é porto seguro
Seu furo de reportagem
Pra nós é mera bobagem

Viagem sem paradeiro
Nos faz tão perto e distantes
Depois da minha chegada
Sua partida, seu antes

Estrada de quatro sentidos
Encruzilhada de destinos
Quanto mais flor mais mulher
Quanto mais velho mais menino


*Palavras ditas por Elba Ramalho ao convidar Lenine para cantar Lá e Cá em O Grande Encontro 3


2008

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