Sinto falta de Borges após ler Roth. Assim como senti falta de Machado ao ler o escritor argentino. Sinto falta das visitas ao dicionário, da exigência de concentração, da criatividade fantástica.
Sentia falta de ter alguém para dividir o dia-a-dia. Sentia falta de companhia nas tardes e madrugadas dos finais de semana, sentia falta de ter alguém para ligar, sentia falta de ter alguém para sentir falta. Agora sinto falta do que tinha antes de ter alguém. Sinto falta do tempo largo para sentir falta. Minha vida é um eterno sentir falta e acostumar-me, sentir falta e acostumar-me, sentir falta e acostumar-me…
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Um comentário:
ana, leia elisabeth bishop, "uma arte", um dos poemas mais lindos que há, e vc vai entender essa sua falta.
roth é ao mesmo tempo a agonia e a delícia de estar vivo, no mesmo pacote. é quem melhor entende a condição humana, acho, nos dias de hoje. você ainda vai sentir muita falta dele (a vantagem é que tem muitos livros para suprir). beijos
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