quarta-feira, 4 de março de 2009

Quarteto Radamés Gnattali apresenta o concerto Bem Brasileiro no Teatro da Caixa

Ana Rita Gondim
Do Correiobraziliense.com.br

Brasília será duplamente presenteada com espetáculos esta semana, no ano marcado pelos 50 anos de morte do maior compositor brasileiro de música erudita, Heitor Vill-Lobos, e pelo Dia Nacional da Música Clássica, comemorado em 5 de março. Para a homenagem, o celebrado Quarteto Radamés Gnattali faz duas apresentações pelo concerto Bem Brasileiro no Teatro da Caixa, nesta quarta e nesta quinta-feira (04 e 05/03), às 20h.

O quarteto de cordas – grupo musical formado tradicionalmente por dois violinos, uma viola e um violoncelo – é integrado por Carla Rincón (primeiro violino), Vinícius Ferreira (segundo violino), Fernando Thebaldi (viola) e Paulo Santoro (violoncelo). Para o violista Fernando Thebaldi, o quarteto de cordas é o filet mignon da música clássica. “Desde o classicismo, o quarteto de cordas é sempre um desafio, é o crème de la crème da composição. E Villa-Lobos é um dos compositores mundiais com maior número de obras para quarteto”.

O grupo vai apresentar ao público uma pequena parte da obra de Heitor Villa-Lobos, os Quartetos números 5 e 6. O violoncelista Paulo Santoro explica que o número 5 é o mais leve de Villa-Lobos (intitulado por ele próprio de popular), em que há elementos folclóricos brasileiros e que, por isso, há uma resposta muito rápida da plateia. Já o número 6 acompanha o músico há tempos, desde que começou a se embrenhar nas trilhas de Villa-Lobos.

Além de tocar peças do mestre carioca, os instrumentistas não podiam deixar de executar obras de outro grande compositor nacional, o Radamés Gnattali. “Nós temos, entre aspas, uma obrigação de tocar Radamés”, brinca o violoncelista, referindo-se ao fato de o nome do conjunto ser uma referência ao artista. Serão duas peças com cerca de três minutos cada. “Essas composições são referência na obra de Radamés, por isso quem não o conhece tem uma amostra de todo o seu trabalho”.

Diante da tamanha importância de Villa-Lobos para a música brasileira e da sua representatividade no exterior, Santoro lamenta que as comemorações feitas em Brasília e no restante do país são muito poucas. “Eu acho que ele deveria ter muito mais homenagens do que tem. Foi a partir de Villa-Lobos que a nossa música ficou conhecida lá for a. Hoje as orquestras já o incluem em seu repertório, mas deveriam tocá-lo ainda mais”.

Em novembro, o Quarteto Radamés Gnattali enfrenta o desafio de tocar ao vivo no Rio de Janeiro todas as 17 composições de Villa-Lobos para quarteto de cordas.

Dia Nacional da Música Clássica

A data foi instituída no município do Rio de Janeiro em 2006. No ano seguinte, o governo do estado oficializou a comemoração. Em 13 de janeiro deste ano, o dia 5 de março foi definido como o Dia Nacional da Música Clássica, assinado em decreto pelo presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva. A data foi escolhida em homenagem ao dia de nascimento de Heitor Villa-Lobos.

Publicado no Divirta-se

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