Ana Rita Gondim
Do Correiobraziliense.com.br
Brasília será duplamente presenteada com espetáculos esta semana, no ano marcado pelos 50 anos de morte do maior compositor brasileiro de música erudita, Heitor Vill-Lobos, e pelo Dia Nacional da Música Clássica, comemorado em 5 de março. Para a homenagem, o celebrado Quarteto Radamés Gnattali faz duas apresentações pelo concerto Bem Brasileiro no Teatro da Caixa, nesta quarta e nesta quinta-feira (04 e 05/03), às 20h.
O quarteto de cordas – grupo musical formado tradicionalmente por dois violinos, uma viola e um violoncelo – é integrado por Carla Rincón (primeiro violino), Vinícius Ferreira (segundo violino), Fernando Thebaldi (viola) e Paulo Santoro (violoncelo). Para o violista Fernando Thebaldi, o quarteto de cordas é o filet mignon da música clássica. “Desde o classicismo, o quarteto de cordas é sempre um desafio, é o crème de la crème da composição. E Villa-Lobos é um dos compositores mundiais com maior número de obras para quarteto”.
O grupo vai apresentar ao público uma pequena parte da obra de Heitor Villa-Lobos, os Quartetos números 5 e 6. O violoncelista Paulo Santoro explica que o número 5 é o mais leve de Villa-Lobos (intitulado por ele próprio de popular), em que há elementos folclóricos brasileiros e que, por isso, há uma resposta muito rápida da plateia. Já o número 6 acompanha o músico há tempos, desde que começou a se embrenhar nas trilhas de Villa-Lobos.
Além de tocar peças do mestre carioca, os instrumentistas não podiam deixar de executar obras de outro grande compositor nacional, o Radamés Gnattali. “Nós temos, entre aspas, uma obrigação de tocar Radamés”, brinca o violoncelista, referindo-se ao fato de o nome do conjunto ser uma referência ao artista. Serão duas peças com cerca de três minutos cada. “Essas composições são referência na obra de Radamés, por isso quem não o conhece tem uma amostra de todo o seu trabalho”.
Diante da tamanha importância de Villa-Lobos para a música brasileira e da sua representatividade no exterior, Santoro lamenta que as comemorações feitas em Brasília e no restante do país são muito poucas. “Eu acho que ele deveria ter muito mais homenagens do que tem. Foi a partir de Villa-Lobos que a nossa música ficou conhecida lá for a. Hoje as orquestras já o incluem em seu repertório, mas deveriam tocá-lo ainda mais”.
Em novembro, o Quarteto Radamés Gnattali enfrenta o desafio de tocar ao vivo no Rio de Janeiro todas as 17 composições de Villa-Lobos para quarteto de cordas.
Dia Nacional da Música Clássica
A data foi instituída no município do Rio de Janeiro em 2006. No ano seguinte, o governo do estado oficializou a comemoração. Em 13 de janeiro deste ano, o dia 5 de março foi definido como o Dia Nacional da Música Clássica, assinado em decreto pelo presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva. A data foi escolhida em homenagem ao dia de nascimento de Heitor Villa-Lobos.
Publicado no Divirta-se
Nenhum comentário:
Postar um comentário