quinta-feira, 26 de março de 2009

Fabiana Cozza faz show na cidade pela primeira vez

Ana Rita Gondim
Do Correiobraziliense.com.br

“O homem que diz vou não vai” é só música para Fabiana Cozza. Mas, contrária ao trecho da canção Canto de Ossanha de Vinicius de Moares e Baden Powell, a cantora paulistana diz que vem e estará pela primeira vez em Brasília nesta quinta-feira (26/03) pelo projeto Engate a Quinta do Espaço Brasil Telecom. E o afro-samba não é mera brincadeira, é parte de seu mais novo trabalho que será apresentado em Brasília.

Fabiana Cozza explica que prefere não criar expectativas em relação à sua estreia na cidade. “Eu gosto de me misturar. Cada lugar é um lugar, cada gente é uma gente. Farei o melhor espetáculo, bastante alegre, vivo e que tenha sinceridade. Cada vez eu me esforço para que seja bem brasileiro e que seja visto dessa forma”, avisa.

E essa mistura vem dela própria. Filha de mãe italiana e de pai negro, Fabiana explica que essa miscigenação transborda para a música. “Essa minha identidade misturada me possibilita ter um passaporte para o mundo”, conta. E o mundo tem, de fato, se tornado seu palco após as últimas experiências, quando gravou um disco em língua basca e participou de shows no Japão.

A paulistana é considerada uma das mais importantes intérpretes da música brasileira na atualidade. Ela, inclusive, chegou a ser considerada herdeira legítima de Elizeth Cardoso por nomes como Ivan Lins, João Bosco e Nelson Motta. “Eu fico muito lisonjeada, esta é a verdade. E é muita responsabilidade. Faz com que eu tenha muita disciplina com o meu trabalho, muita dedicação. A proposta efetivamente é levar adiante essa bandeira da música que mulheres como Elizeth e Clara Nunes levaram”, revela.

Com dois CDs lançados em 12 anos de carreira – O Samba é meu dom (2005) e Quando o céu clarear (2007) –, Fabiana Cozza foi indicada ao Prêmio TIM 2008 na categoria Melhor Cantora de Samba pelo último trabalho. Em 2005, por conta do primeiro disco, recebeu as indicações para Revelação e Melhor Cantora de Samba e participou do Prêmio Rival Petrobras na categoria Artista Revelação.

Prova das fusões que realiza, seu último registro tem participações especiais da grande dama do samba Dona Ivone Lara, do Quinteto em Branco e Preto e dos talentosos cubanos Julio Padrón (trompetista), que fez uma leitura inédita de Canto de Ossanha, e Yaniel Matos (pianista). “Padrón é um dos maiores trompetistas do mundo. Yaniel também é um músico extraordinário, com quem tenho a maior identidade. E Dona Yvone Lara veio abençoar a minha caminhada com a sua voz no meu disco”, vangloria-se.

Seu próximo trabalho é o lançamento do DVD de Quando o céu clarear, que deverá sair em meados de junho. Gravado no Auditório Ibirapuera, o registro tem participação da cantora Maria Rita e do rapper Rappin’Hood.

Um comentário:

.lucas guedes disse...

Opa! Fabiana é excelente, o último show que vi foi semana passada aqui em SP, no projeto Cantos Negreiros, que realiza junto com o escritor Marcelino Freire. MUITO BOM! E você foi ao show? O que me diz?