A pardalzinha fica entre verdes a admirar seu vôo azul. Modesta, ela quer o que lhe parece grande... Como para engrandecê-la ou porque já não suporta mais pequenezas. Talvez ele seja miúdo como um macaco que lhe fez troças, mas talvez não seja. Enganamo-nos com as aparências, mas não há regra, não há premonição. Gosto de dar chances ao acaso e ao que a vida traz.
Às vezes, vejo-o um beija-flor. Faz-me graças com suas asinhas inquietas e logo parte para outras flores. Mas ainda volta para me fazer sorrir. Até quando voltará, não sei. Admirar-lhe faz-me bem. Como um bom livro e um bom perfume, gosto de postergar o prazer que proporcionam, reduzo a velocidade das palavras e economizo nas gotas pelo corpo. Diferentemente de outras vezes em que devorei migalhas com apetite voraz.
A surpresa pode ser a obviedade invisível aos olhos dos viciados na linha retilínea e monótona da vida que os impede de acreditar no improvável. A visão romântica do caminho ou de vôos faz crer no impossível possível. E por que não?! Ou que então decida bater asas e voar longe... Deixo a vida fazer o que ela faz melhor...
"Se as coisas são inatingíveis, ora! Não é motivo para não querê-las. Que tristes seriam os caminhos se não fora a presença distante das estrelas."
Mario Quintana
Mario Quintana
Um comentário:
Oi! :))
Lindo! Lembrou-me o filme tão longe tão perto. Não sei porquê. Uma semana estrelar para ti. :))
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