terça-feira, 2 de setembro de 2008

Paixões e manteigas...

Ser um bicho apaixonado dá trabalho. Recentemente aprendi a apaixonar-me por palavras, gestos, diálogos, personagens. Não que isso substitua a realidade de um beijo ou de um abraço, mas a inexistência de um busca a existência de outro. Estar à deriva permite essa liberdade, esses encantos, novos amores.

Emoções são o impulso que me faz locomover pé ante pé. Uma canceriana ao quadrado precisa emocionar-se com uma bela atitude, uma doce palavra e surpreender-se constantemente. Do contrário, o tédio se apropria e tudo recebe uma coloração cinza, torna-se sem graça, sem calor, sem vida.

É como aquela manteiga que precisa ir à geladeira para não permanecer mole todo o tempo. Mas há aqueles que a retiram e esquecem de devolvê-la à prateleira refrigerada. E então ela tem de fazer um esforço absurdo para mover-se sozinha e buscar o local mais fresco possível.

É assim… Instantes dura, instantes derretida. Alguém lhe disse uma vez que não tinha medo de montanha-russa como se isso fosse enganá-la. Mas a manteiguinha aprendeu em seus derretimentos que o que se aprecia é aquela estrada longa e reta, sem surpresas, sem buracos; com a temperatura sempre constante. E o engraçado que ela percebeu que a quem isso mais apetece são os transeuntes dos caminhos mais bifurcados e intransitáveis; além de insuportavelmente oscilantes na escala Celsius.

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