quarta-feira, 17 de setembro de 2008

À espera de gotas

Lendo A espera de Borges vi O esmagamento das gotas de Cortázar. Senti o vento no rosto que não sentia há muito no cerrado brasiliense. A vontade de sentir o cheiro de terra molhada me fez antever riscos diagonais na janela do quarto. Prenúncios de chuva aumentavam a ansiedade em ouvir o barulho que carros fazem ao passarem por um volume maior d’água junto ao meio fio.

Correr da chuva por não estar precavido ou banhar-se voluntariamente com as águas do céu. Meus sonhos entremeavam-se aos sonhos de Villari. O que nele eram fantasias aos meus combinava. Ao fim, o recluso depara-se com a realidade, mas deseja que seja sonho. Eu não quererei o sonho, quero o real transbordado em gotas. Não quero lhes dar adeus, quero lhes dizer: sejam bem-vindas.

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