Neste último sábado, entre pintar as unhas e cuidar do cabelo, abri um romance no computador que há muito devia leitura. Acendo um cigarro para examinar as primeiras páginas a fim de saber do que se trataria a história. Envolvo-me. O belo português, a ansiedade pela história, a curiosidade pelos personagens e a admiração pelo autor fizeram com que eu lesse quase o capítulo inteiro numa tarde enquanto não chegava a hora do encontro com os amigos.
Por alguns instantes, cheguei a não querer me ausentar do quarto para manter a leitura até o fim. No entanto, não podia mais ficar envolta somente entre palavras escritas, precisava de contato humano, social. Além disso, quis também postergar o prazer pela semana que se aproximava. Ela me ocuparia após o expediente e me permitiria conhecer a literatura de um daqueles que considero seres mortais. Não digo isso para diminuir o autor. É pelo simples fato de tê-lo conhecido e tê-lo como uma de minhas metas profissionais.
Decido dar-lhe notícia da leitura de seu romance e ele me diz de sua falta de autoconfiança. Como? Como isso é possível em um dos seres mortais que tive o prazer de conhecer e a quem devoto tanta admiração? Não, este mundo está mesmo com os valores invertidos. Conheço outras tantas pessoas a quem não sinto qualquer admiração e se comprazem em levantar o nariz por serem não sei o quê… Resolvo dar-lhe uma bronca porque nada daquilo fazia sentido. Aos poucos, acho que ele recobra a lucidez e percebe a grandeza que é. Assim, espero. Ao mesmo tempo também espero que ele não a retome de forma a integrar-se ao grupo repugnante de raposas e urubus que às vezes são alguns jornalistas.
...
Próximo capítulo em breve
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