quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Bon jour! Bon soir!

Não, não quero a beleza clássica, tradicional, a olhos nus. Quero aquela encontrável na espontaneidade de um sorriso, na sinceridade de um olhar, na grandeza do perdão, na humildade da desculpa, na disponibilidade em ensinar, na curiosidade em aprender, num coração machucado que soube dar a volta por cima, entre outras coisas tão simples, porém tão raras.

O estereótipo da beleza cega, confunde, maltrata. Esta é uma beleza fácil, fugaz. Quero a beleza difícil, permanente, percebida em trocas, no permitir-se e no deixar. Como um diamante bruto que brilha ao primeiro toque, e não aquele que brilha inadvertidamente em calçadas ou beiras de rio.

Quero a pedrinha encontrável num antiquário, não numa cara loja de jóias. Não quero a modernidade, a cidade grande, entre o buzinar de carros e o tilintar de taças, entre dólares e dolores, as mesmas palavras. Quero o eterno, o romântico, o fora-de-moda, “uma casa no campo”, entre o piar de pássaros e o café na cama, o fílmico, o literário, o poético, a melodia, o abrir a porta. “Eu quero inteiro, e não pela metade”.

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