terça-feira, 5 de agosto de 2008

República das bananas! E das melancias...

Em contraste a Sampa de Caetano Veloso, a cantora e compositora paulista Ná Ozzetti é pura elegância. Com discrição e timidez no palco e uma voz exuberante, ela cativa o público. Em show em homenagem a Carmem Miranda, ela e sua banda tocaram os maiores clássicos da “pequena notável”, ressuscitaram o maior ícone da brasilidade, interpretaram a ingenuidade das letras e, sem dúvida, marcaram a platéia com o bom gosto.

Mas, ao mesmo tempo em que as bananas de Carmem Miranda marcaram o Brasil, agora é a vez das melancias taxarem o país com o mau gosto, com a vulgaridade do sexo, com o erotismo baixo do corpo feminino. É de sentir horror, pavor e repugnância uma mulher se prestar a um papel extremamente obsceno em público, mas que gera uma comoção nos homens pela gigante bunda brasileira.

Não se aprecia mais a brasileira pelo seu gingado, pelo seu balançado à semelhança de um poema, como cantou Tom Jobim. Admiram-se movimentos sexuais mostrados a quinhentos mil machos enlouquecidos por uma máquina de bunda cantados ao som de um sujeito com a alcunha de Créu.

Cadê a “garota de Ipanema” e o “menino do rio” da época mais frutífera brasileira? Onde se perderam o bom senso, o bom gosto, o refinamento das melodias, o esmero das canções, o carinho com que se trata a intimidade de um casal? Há os que garimpam, lustram, escavam, descobrem, guardam, cantam, reinventam as boas coisas brasileiras. E é nesses e em Ná Ozzetti que me apego na existência da exuberância, da excelência, da sensualidade elegante, do querido amor, da beleza da vida.

7 comentários:

Anônimo disse...

Passando para desejar boa noite e bons sonhos, para que as suas composições continuem a vir ao mundo!!!

Elaine Pivoto disse...

Muito legal. E nós, mulheres, tenhamos sempre cuidado com as seguintes palavras: entrega, intimidade, confiança e amor. Boa noite.

Unknown disse...

A modernidade está fazendo com que muitas mulheres esqueçam de que Deus lhes deu uma sublimidade diferente. Toda mulher é uma potencial mãe. Só isto a diviniza, razão por que todas deveriam considerar muito bem o honroso dom. Deveriam refletir sobre esse dignificante privilégio sempre, inclusive quando são motivadas a revidar comportamentos inadequados de parceiros mal escolhidos. No que tange às referências musicais, vale lembrar, também e oportunamente, que degeneração maior está acontecendo com as canções nordestinas. O que se verifica nesse gênero, atualmente, é um desprezo à genialidade de Luiz Gonzaga, Jakson do Pandeiro e muitos outros autênticos intérpretes do nosso contagiante modo de expressão musical.

Elaine Pivoto disse...

Querida Ana e prezado Floriano (ambos os quais eu ainda não conheço). A música brasileira tem representado sim escolhas inadequadas de parceiros no âmbito afetivo. Maior prova disso estão nas músicas "breganejas" onde NÃO encontra-se o sertanejo raíz (vinculado a viola catira, ao cururu, ao caipira). Esse "bregão", com letras inadequadas acerca de casais inadequados, encontramos um paralelas: ou a mulher representando a bandida traiçoeira ou o homem representando o macho fanfarrão (beber, cair, levantar, dentre outras?)Escolhamos bem as rádios difusoras qdo o nosso mp3 ficar em casa, porque os grps da mídia só apresentam índices de alta popularidade quando estas iminentes composições aparecem no ar. Ou será que as pessoas estão revertendo o efeito das músicas em sintomáticas posturas sem a peculiaridade do bom senso comportamental? Também me pergunto se o CDI's (Centros de Inclusão de Digital) estão conseguindo cumprir os seus papéis. Isto é algo muito relevante na sintetização e na boa disseminação da música brasileira (copyright?). Enfim... Salve os guerreiros que encontram no samba de Cartola, de Zé Quéti e de Dorival Caymmi salutáveis influênicas. Salve Pepeu e os baianos, prospectores de suas composições! Salve a Mãe Menininha do Gantois! E salve o sr. ministro da cultura brasileira. Bjo prostês!

Anônimo disse...

Vale lembrar que a culpa é sim das mulheres, mas também dos homens. Eles estabelecem os relacionamentos que querem ter e as mulheres se submetem (ou não). Me apego ao fato de que nós mulheres temos escolhas, algumas preferem dançar em rídiculos programas televisivos com uma minúscula roupa, outras preferem desenvolver o intelecto. Mas isso não quer dizer que as inteligentes são feias e as bonitas burras, tomemos cuidado com as generalizações!
A mulher que passa ainda tem lugar na canção, mas esse lugar pode ser bom ou ruim!
O que eu sei é que com a atual vulgaridade estabelecida não me sinto confortável em criticar a falta de "liberdade" das muçulmanas por exemplo!

Beijosss
Tati

Ana Rita Gondim disse...

Ops! Acho que houve um equívoco! Ao falar em melancias, não mencionei relacionamentos e evitei generalizações. Apenas foi um insight durante o show de Ná Ozzetti em que me deparei com a ambivalência do mundo. Que as mulheres continuem com seus movimentos sexuais em praça pública! Só disse que isso me incomoda, me enoja, me deprime... Somente isso! Liberdade sempre!

Elaine Pivoto disse...

Pows! Agora mudando de assunto - de jurubeba prá água limpa da fonte - como é que anda o mercado editorial e distribuidor de livros no Brasil? Alguém pode me ajude a descobrir? Ah, e alguém aí pode me dizer como é a eficiência das livrarias em BSB? Eu realmente tô curiosa.